Depois de ler num livro intitulado, “A escultura nos Açores” de Francisco Oliveira Martins, fiquei a conhecer que, nas zonas rurais dos Açores, as esculturas de santos ou santas cujos milgares ou ajudas pedidos não se tinham cumprido, eram-lhes retirada a benção e lançadas ao mar, queimadas ou dadas às crianças para brincarem.
Surgiu então, a ideia de fazer a história de uma destas esculturas que é lançada ao mar, mas em vez de desaparecer nas suas profundezas, continua acompanhando o povo açoriano nas viagens mais marcantes da sua história, como uma memória de alguém que faleceu, sempre imperceptivelmente presente.
Os alto-relevos (à semelhança dos das igrejas que nos descrevem a vida dos santos) mostram-nos os momentos mais marcantes da vida da escultura. Podemos ver no mapa os seus percursos em que, depois de lançada ao mar, retorna uma e outra vez à sua terra, os Açores. Durante estas viagens da escultura, o mar, elemento sagrado e purificador, devolve-lhe a forma original, o tronco.
http://videos.sapo.pt/Zg9bLPnpFM1zLZKNTNz3
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